Professora do AEE- Sala de
Recursos:Quezia de Moraes Pedro da Silva Ribas
Redator:Jeanderson Baptista
Raposo da Silva (aluno cego)
Hoje o tema da
inclusão é muito discutido por muitos profissionais da educação. Se pensar na
palavra incluir, podemos cair no erro de considerar uma escola inclusiva
somente pelo significado de juntar, acrescentar, colocar dentro do convívio de
outros em um espaço comum. O Albert Sabin sabe de sua responsabilidade e por
isso trabalha para que seus alunos recebam o AEE, Atendimento Educacional
Especializado, através da sala de recursos multifuncional, direcionando suas
ações no sentido de contribuir para transformação da escola regular em um
espaço competente e eficiente para trabalhar com o aluno em consonância com a
perspectiva da educação inclusiva.
Consciente
do papel da escola para a vida dos jovens “com deficiência”, na vivência e
conquista do ensino médio, a escola é o espaço de experiências vividas para
impulsionar o aluno a confrontar situações do cotidiano de uma luta diária para
ser incluída.
Depois
de muita luta, podemos dizer que temos conquistado reconhecimento, aceitação e
valorização do aluno como ser humano e ser cognoscente.
O
colégio Estadual Dr. Albert Sabin iniciou em 2000, um trabalho com alunos
surdos e hoje é para todos. Uma parceria que vem crescendo. Nela
aluno/professor e aluno/aluno, interagem construindo e reconstruindo suas
concepções de mundo. Em 1999, contávamos
com somente quatro alunos e, hoje, temos o desafio de preparar para vida 81
alunos dentre surdos, deficientes auditivo, cego, baixa-visão, deficientes
físico, com transtornos globais do desenvolvimento (autistas e síndrome de
Asperger), deficientes intelectuais e com altas habilidades/superdotação.
A
sala de recursos multifuncional é a modalidade de atendimento da educação
especial que oferece, no contraturno, atividades pedagógicas complementares e
suplementares para os alunos. Dentre as atividades curriculares específicas
desenvolvidas no atendimento educacional especializado se destacam: o uso da
Libras, na aquisição de conhecimentos e da Língua Portuguesa em sua modalidade
escrita, a utilização da tecnologia
assistiva, a comunicação alternativa, o
enriquecimento curricular, dentre outros, até mesmo a orientação educacional
em parceria com o professor da turma regular em que o aluno
está incluído. Esse atendimento não pode ser confundido com reforço escolar ou
mera repetição dos conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas,
devem constituir um conjunto de mediações no processo de adaptar o ambiente a
novas alternativas com práticas pedagógicas para o ensino aprendizagem do
aluno.
Com o
crescimento dessa demanda, hoje contamos não mais com ajuda de alunos
voluntários, porém, com profissionais de apoio para viabilização do processo
educativo, dentre eles: Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), Cuidadores/monitores/guia-ledores,
e a parceria do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado – NAPES/METRO IV na
implementação da Política de Inclusão dos alunos com deficiência na Rede
Regular de Ensino.
“O essencial a vida é invisível aos olhos”: Livro o pequeno Príncipe
Relato: Aluno Jeanderson Baptista Raposo da Silva (aluno cego)
A
tentativa de ser igual passa primeiro pela experiência de viver o diferente.
Pensando assim, não terminamos uma guerra de conquistarmos nossos espaços ou
direitos, todavia, também não permitimos sermos finalizados por elas. Dando
início a tal pensamento que nós agentes inclusivos e incluídos por ação,
realizamos e projetamos nossas expectativas não em sonhos
utópicos, mas em representações reais, isto é, possíveis de serem realizadas.
Tudo
porque também somos inteligentes, entretanto, nossos esforços pede licença para
se alavancar juntamente a inteligência. Esforço é nossa palavra principal, e
ação é nossa realidade vivida.
Multiplicando
nossa filosofia de tudo para todos, com todos por todos, passamos a agradecer
as conquistas ainda que pessoais, que deram início ao trabalho em conjunto,
passando pela socialização escolar, pelos contato de múltiplas deficiências. Isso
revela a aproximação e respeito de todos. Os agradecimentos são para a
verdadeira inclusão que se fez cega as oposições, vidente a realidade, e ainda
que difícil, adaptou de forma coletiva para que o resultado fosse geral e
saudável. A inclusão passa do meio financeiro e atinge alma daquele que deseja
mostrar que a singularidade de um universo dar-se pela soma das diferenças.
Hoje
Pelo uso da tecnologia assistiva, programas adaptados, criados pela própria
comunidade de cegos, podemos estudar, seguindo o tempo de aula do professor,
fazermos provas e apresentações de trabalhos, slides etc... Precisaríamos de
bastante tempo para elencarmos todas nossas possibilidades como pessoas cegas
dentro e fora de sala de aula. Entretanto pedimos venhas para somente aqui
registrar nossa enorme gratidão ao que é feito e mantido no atendimento
educacional especializado. Nossa gigante gratidão por isso e espírito de
ousadia para sabermos que podemos mais e somos mais.
Mais do que
pensamos quando sentimos o preconceito praticado por outros; mais do que
coitados, quando somos vistos com olhares de quem ainda não enxergou como nós;
mais do que alunos, pois recebemos a luz do conhecimento para deixarmos de ser
sem luz e vivermos como estudantes. Imenso como o céu, profundo como o mar,
nossa diversidade não dá nem para mensurar. São cores diferentes, mas a raça é
uma só, mesmo sendo diferente o amor fala maior. E junto quando cremos que
podemos alcançar, unidos cantaremos para todos escutar. Na vida somos
vencedores e nada pode nos calar, nossa nação nunca desiste e essa marca nós
vamos honrar. (Letra de música feita pelos alunos da sala de recursos: Pluralidade).
